domingo, 30 de maio de 2010

Me auto-entrevistando

Sou estudante de comunicação social com habilitação em jornalismo da Faculdade São Luis. Garanto que não sou esforçada o bastante, mas faço o possível para ser boa naquilo que gosto, comunicar-me, seja com pessoas do mesmo ambiente acadêmico, pessoal ou social/profissional. O fato é que não consigo ficar parada ou calada simultaneamente e, nos meus momentos de solidão costumo tagarelar comigo. Com minha imaginação, digamos assim de passagem fértil, falo sobre diversos assuntos, dos mais simples aos mais complexos em uma ordem não linear, mudando de uma extremidade a outra, variando entre política, cultura, religião, sexualidade e por aí vai...


Hoje por exemplo é um domingo nublado não inspirador a passeios, afinal está chovendo e o que resta é ler minha revista semanal – hábito novo, pois não costumava praticar o ato da leitura pelo motivo de preguiça acrescida do distúrbio de atenção. Enquanto meu pai e meu irmão discutem programação de relatórios no software gerencial da empresa e minha mãe faz o almoço, eu fico entretida com as matérias e reportagens seguidas de reflexões sobre o que acabo de ler. Virando algumas páginas vejo a charge da raposa segurando a mão do passarinho satirizando o marketing diplomático do presidente Lula em relação ao acordo firmado entre a Turquia e o Irã sobre o enriquecimento de urânio. Ao ver tal imagem, lembro de quanto sou satisfeita em partes com o governo de meu petista favorito. Lembrei também que um dia ao conversar com um colega de faculdade disse a ele que sou contra a qualquer forma de governo desse país, ficando intrigada por não saber responder a ele qual programa governamental eu sugeria (anarquia, comunismo...), dentro da recordação comecei a me auto-entrevistar.

Você disse para um colega de faculdade que era contra qualquer tipo de governo deste país. Ainda defende está idéia? Sim mas amadureci essa defesa após não saber responder ao ele qual programa de governo eu sugeria. Baseada nisso acrescentei dois princípios mais específicos que a reformulou, sou contra qualquer tipo de governo deste país que defenda a impunidade e o analfabetismo. Não me refiro ao analfabetismo propriamente dito (que também sou contra) e sim a pessoas que sabem ler e escrever, no entanto são leigos quanto seus direitos como cidadãos, integrantes de um grupo de eleitores iludidos pela promessa de emprego, saúde de qualidade, transporte, alimentação e a tão sonhada educação. “Isso é a tática utilizada por políticos impunes de suas demagogias, verdadeiros criminosos que agem contra o conceito de democracia (do povo, com o povo e para povo), mero eufemismo.

E os seus sonhos de criança, de mudar o Brasil? Estão lutando contra a morte. Quando se é criança do primário os professores pregam que você pode mudar o mundo, preservar a natureza, o índio... Mas o certo é que quando você chega ao ensino médio às coisas mudam de direção e passa a enxergar que a realidade a sua volta é outra, há mais com o que se preocupar, por exemplo, o que vou ser depois da escola, que rumo devo tomar. Contudo o ideal de ser o salvador da pátria (que, aliás, me pariu) passa por despercebido.

Você apóia o presidente Lula e fala dele com uma enorme emoção por quê? Não desejo entrar em uma discussão política, o que sinto é orgulho e ao contrário de muitos, reconheço o trabalho dele que embora não mudou por completo este país, mas já deu o pontapé inicial. Ele tem a cara do Brasil – é como a gente; povo. Calou a boca dos que o criticavam por não ter formação e está à frente do comando de uma república, além de ser o exemplo de brasileiro, não desistiu nunca, jargão utilizado para não deixar a esperança de ter uma nação unida, justa e equilibrada morrer.

Quando você terminou o ensino médio diz que ficou revoltada ao ter de ingressar na faculdade. Qual o motivo de tal indignação? O fato culminante é que o brasileiro passa em média 14 anos na escola, imerso nas aulas de português, matemática, geografia dentre outras disciplinas e quando sai descobre que com todo este esforço não bastou para ser alguém e, ficar apenas com diploma de concluinte dos ensinos fundamental e médio é o mesmo que ser um nada. Exatamente ser um nada e, caso queira ser alguém tem de passar de dois a sete anos na faculdade, depois mais dois ou quatro na pós-graduação... Em busca de “qualificação” – termo designado aos formados em alguma coisa. Isso porque durante a busca incessante da tal qualificação no geral não se aprende para si educação financeira, constituição de família e outros princípios. A exemplo disso temos novas mães despreparadas, apelando para psicólogos a solução da má criação de seus filhos (O futuro do Brasil) e o índice de pessoas com o nome incluso no serviço de proteção ao crédito crescendo, sendo que até  pessoas com ensino superior estão suscetíveis a má administração de sua renda por não ter uma educação financeira, imagine aqueles que se contentaram o fundamental e o médio.

Na faculdade você é líder de turma por três vezes consecutivas porque tanto empenho na liderança? Gosto muito de ser o que sou e ajudar as pessoas, procuro cumprir minha palavra e honrar com meus compromissos. Acho que o espírito de liderança é genético (não consigo explicar de outra forma), meu pai sempre foi um líder, nos tempos de escola, em seus trabalhos e, tenho por base todos os seus ensinamentos além do seu sucesso, por exemplo. Leia o post anterior. No demais adoro fazer o que faço, ser cobrada pelos colegas de curso, correr atrás do que é de interesse coletivo. Estou sempre aberta a discussões e solucionar de os problemas quando surgem.


“É muito prazeroso quando algum professor ou liderança chega à sala e pergunta quem é o líder e todos apontam para mim” – afirma orgulhosa de si mesma.

E quando pretende parar? De ser líder? Nisso pretendo virar “casca de coco”, mas me recordo que uma vez chateada com alguns alunos da sala ameacei passar o cargo a outro aluno e um grupo me procurou pedindo pra ficar, aceitei continuar, me senti até D. Pedro I em 9 de janeiro de 1822 "Se é para o bem de todos e felicidade geral da nação, diga ao povo que fico". Mas o que acontece é que quando chega o período de escolha para o novo representante ninguém se disponibiliza a exercer tal função, cabendo a mim e meu vice-líder Gustavo Sampaio, continuar o trabalho que sinceramente adoro fazer.

Deixando o foco de liderança acadêmica um pouco de lado, o que mais você gosta de fazer? Falando sério, gosto de trabalhar, atuo em uma das áreas que gosto. Não sei ficar muito tempo parada, nem mesmo quando estou sem trabalhar, sempre procuro fazer algo, nem que seja lavar a casa. Fora isso amo ouvir música, conversar e tornar as conversas em mini-entrevistas, fato que ocorre constantemente com o James, leio revistas, algumas eletrônicas, escrevo nos meus blogs, gosto de ter um bom sono REM, sem importar as horas dormidas. Não digo que gosto de comer porque isso para mim é vicio, amo fast-food e curtir a vida a dois com meu namorado. Costumo brincar que o bom da vida é Comer, comer e dormir, neste caso não há ordem cronológica para acontecer.

E quanto a sua carreira quais são os seus planos? Ainda é um pouco indefinida, sempre quis fazer muitas coisas e já tenho em mente alguns passos a serem dados, estou com um plano de montar uma ONG que tem por objetivo coletar os resíduos deixados pelos cocos d’água, como a casca e utilizá-la como fonte de energia sustentável. Creio que devo seguir na área da comunicação mesmo, a Fátima Bernardes de que aguarde!

Se você pudesse mudar alguma coisa o que você mudaria? Talvez a minha mania de ser teimosa isso atrapalha às vezes, por e não querer aceitar que as pessoas estão certas e eu não em algumas situações. Além de minha predisposição a ser, digamos que, zangada. Não vale apena esquentar por tudo.

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